sábado, 19 de março de 2011

DOMINGO

Na negritude piso
                       sob meus pés
Sinte
       pática rua vazia
Já é tarde noite verão
(no único bar aberto cerveja insípida
moscas quentes se expõem na vitrine-balcão).

Um dia
tu dirás que cai porque me empurrastes  na verdade  nunca
me consegui levantar dirás que fui levado ao desespero por
que não me ouvistes fizeste ouvidos moucos ao teu silêncio
em meu ser e desesperado  sentí a sua ausência de tua voz
o estalar desse silêncio repicou-me em estrondos assustado
em frêmito afastei-me
                                 aturdido.

Perambulam pirilampos na noite tépida
                                 bailam no ar
sem nenhuma claridade-lua.
Como queria que o amanhã fosse em ribombos.
Sobre meu corpo, em estilhaços, chorarias.
                                                   Enfim.

                                                            09/97  

Um comentário:

  1. Caro sr. José, minha prosa fala de um eu-lírico que está perdendo a poesia e num movimento de defesa, em vez de se entristecer,ele fica com raiva, mas no final, declara que vai sentir saudade ao perder um pouco de si. De modo algum critíco os poetas, sejam eles jovens ou não. Nem a nostalgia eu critíco. Admiro muito o sr. Para mim a poesia é revolução.

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