segunda-feira, 13 de julho de 2015

A Magia dos símbolos

A MAGIA DOS SÍMBOLOS


De onde vêm os símbolos, vamos raciocinar pragmaticamente sobre eles? Vou teorizar sobre apenas três.
Um dos símbolos que representa a civilização ocidental já ultrapassou há séculos os muros que separam o ocidente do oriente, é a aliança de noivado. Um círculo banhado a ouro que é aceito pelo casal em sinal de compromisso e perseverança.
Outro símbolo que também significa compromisso, e nesse caso, com o escambo ou troca de mercadorias, ou seja, com o mercado em sua primitiva forma, é a moeda. Cunhada na antiguidade virou símbolo do capitalismo e tornou o mundo financeiro mais ágil e dinâmico. Depois da revolução industrial o mundo não mais vive sem dinheiro (diga lá a Grécia à beira de um colapso financeiro imposto pelos sangue-sugas do imperialismo globalizante).
Um terceiro símbolo também secular, seria a pólvora que simbolicamente representaria a Luz!
Tomemos estes três símbolos: união, ostentação e advir.
União: espiritual entre os noivos e a sociedade baseada na família tradicional; a ostentação: o sonho capitalista do lucro e ascensão social; o advir: a luz que leva humildes homens a crerem numa vida além túmulo.
Não seriam menos profícuos numa simbologia cheia de signos e significações.
Vejam: três alianças poderiam significar a trindade divina, o ser supremo multifacetado. Três moedas (talvez de prata), dinheiro que tornou-se sangue e poder , que paradoxalmente sangra e paralisa o mundo, seria a matéria quântica que ascende o espirito, intermediária entre o humano e o divino, o limiar da beatitude.
Finalmente três palitos (embora a pólvora estaria na caixinha e não no palito), frutos do labor humano, ligado à terra e sua primeva decadência de um paraíso terrestre negada a Eva que queria apossar-se do conhecimento, da árvore do bem e do mal. Tal símbolo poderia selar a comunhão com o Empireo, se consonante e temente, celebrasse com os dois primeiros o ritual da salvação.

Talvez Jung, agora desencarnado _em outros devaneios_ conseguisse com sua mestria e eloquência proclamar, num miríades de combinações possíveis, os fundamentos de uma nova psicanálise que apaziguaria, enfim, o espírito conturbado do homo sapiens, já desconfiado de sua eternidade.

Conclusão: Os símbolos surgiram antes da invenção de escrita, uma forma de comunicação do homem das cavernas  com seus familiares e com a tribo e depois uma maneira esotérica de entrar em contato com o sobrenatural. Com o passar dos anos foram se sofisticando até chegarmos  a forma lúdica, como o Tarô, por exemplo,  que surgiu como um jogo na Alemanha no século XV e em vários países da Europa e reapareceu,  séculos depois como um artifício mágico de adivinhação. Toda mistificação de símbolos surge deste modo e cai nas mãos de oportunistas e charlatães que se enriquecem graças aos incautos que caem em suas artimanhas sobre adivinhações e cursinhos pseudos científicos. O que propus acima é demonstrar como podemos conferir um significado a quaisquer objetos e transformá-los em amuletos mágicos com as mais variadas interpretações.

sábado, 4 de julho de 2015

Eras Tu

(À Ivone, minha esposa, amiga e companheira)

Comigo caminhas há tanto tempo
Que já me acostumei c’a tua presença.
Esqueci-me, então, do gélido vento
Da antes estéril e vazia existência.
Se num começo, que se faz distante,
Não sabia avaliar tamanha dádiva,
Hoje, imensurável e lancinante,
É a paixão que flui em minh’alma que ávida
Se entrega aos teus carinhos; e, no entanto
És tu que a mim se entrega na verdade,
Pois sabes deixar-me com os encantos
de teu amor, enlevado de vaidades.
Tens tanta ternura dissimulada
Em gestos firmes, que tão bem escondes,
Que sou eu e não tu, que só andas se levada;
E sem ti, se ando, é sem saber por onde.
Pois, quem eu, solitário, procurava
E desatento não a percebi chegar,
Eras tu que de fato me amparavas
E assim guiando-me, ensinaste-me a te amar.