CAMAFEU
Como
um camafeu
por
deuses esculpido
reparto-me
em filigranas
dobras,
ranhuras
nas
cavas céticas de reminiscências vãs
soçobrando-me
em dúvidas
que se esboroaram numa mente sã.
E,
no anacronismo desta moldura estéril
sobram-me
estilhaços n'alma débil
chamuscada
na lava do não-ser
que
se expandem
ferindo em setas
meu
corpo
ateu.
junho/97
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