sábado, 25 de abril de 2015

CAMAFEU


Como um camafeu
por deuses esculpido
reparto-me em filigranas
dobras, ranhuras
nas cavas céticas de reminiscências vãs
soçobrando-me em dúvidas
que se esboroaram numa mente sã.
E, no anacronismo desta moldura estéril
sobram-me estilhaços n'alma débil
chamuscada na lava do não-ser
que se expandem
ferindo em setas
meu corpo
 ateu.

junho/97

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