quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Um Deus e a Ciência Universal



Você pode acreditar em milagres e não abandonar os seus dogmas de fé, mas aos defensores de um Deus Onipotente, Onisciente e Onipresente, é bom lembrar que a ciência, infelizmente, provou exatamente o oposto. E já faz algum tempo. Com uma sutileza que não ofendeu ninguém:

Charles Darwin*, em meados do século XIX, desvendou a origem da espécies e provou (o que o século XX confirmaria com a descoberta do DNA, nos anos sessenta e a decodificação do genoma humano nos anos oitenta) que todo ser vivo tem como origem um único ancestral. Portanto não era devido a vontade divina que a multi-diversidade na natureza existia e nem um ser complexo(?) como nós. O criacionismo era apenas uma belíssima fábula! A onipotência divina esboroou-se com a biologia e seu ramo um pouco mais recente: a biologia molecular. Os seres vivos são feitos de matéria e energia, as mesmas criadas nas fornalhas estelares e isentos da benignidade de um ser supremo.

Antes dele a Física de Isaac Newton** viu no macro universo dos planetas as leis que os regiam e Albert Einstein***, no limiar do século XX, descobriria que leis imutáveis também regiam todo o Universo, das partículas às estrelas. Leis que não poderiam ser violadas pelos humores de um onipotente criador.

A mecânica quântica que instalou o pânico em alguém nada menos que o próprio Einstein e foi confirmada por seus contemporâneos como Max  Planck , Paul Dirac e outros, afastou ainda mais o mundo das mãos divinas. Contrariando Einstein, Deus jogava dados sim e que no mundo do muito pequeno, o arbítrio divino tinha que ser descartado, como o Deus matemático suposto por Newton; pois não tinha Ele opções de escolha. O Universo e seus mundos _ macro e micro_ eram assim, quer o Criador quisesse ou não.

Onipresente e onisciente ele também não era, pois Aquele que tudo vê e sabe, o Deus pessoal bíblico que Einstein já tinha descartado, não pode interferir num Universo regido por leis da Física, muito menos teria condições de interferir no destino humano: nascimento, crescimento e morte. Até o minúsculo espermatozoide, em sua desenfreada corrida rumo ao óvulo, é movido pela busca da sobrevivência, ou seja, pela fome e não pelo beneplácito sopro divino.

A dádiva da vida só reforça a teoria darwiniana e sua luta pela sobrevivência. Os mais aptos sobreviverão: seja para toda uma espécie, seja para a menor célula do corpo humano ou até mesmo, e principalmente, para um único gene.

Nos dias de hoje, a astrofísica e a cosmologia parece que puseram os últimos pregos no caixão encomendado por Friedrich Nietzsche*** “ Deus morreu”.

Ressumindo: As leis da gravidade e da mecânica quântica explicam a oposição da matéria e anti-matéria, da energia positiva com a negativa e a dança frenética de partículas virtuais que criaram o “big” do big-bang e as leis físicas se responsabilizaram pelo estrondoso “bang” e a expansão do universo.

Stephen Hawking**** sentencia : “Corpos como estrelas e buracos negros não podem simplesmente aparecer do nada, mas todo universo pode... A criação espontânea é a razão porque há algo em vez do nada...Não é necessário invocar Deus para acender o pavio e colocar o Universo em movimento”. De uma partícula, todas as partículas, de um átomo todos os átomos. Da energia da matéria à energia da vida.

Deslocando-se de um deus bíblico pessoal foi o budismo que mais se aproximou dessa verdade universal pois prega que não existe deus, mas que chegaremos a ser deus. Porém a espiritualidade budista inverte o processo. Não seremos transcendidos em deus, somos deus multiplicados e subdivididos (considerando que o primeiro quantum de luz, fóton, ou partícula de energia seja deus). Um deus não onipotente, não onisciente e nem onipresente. Um deus inútil, pois desnecessário e como toda matéria,  falível e mortal. Infinita, enquanto durar o Universo!

                                                                                                


*Isaac Newton, físico: " Principia - Princípios matemáticos da Filosofia Natural" (1642-1727);
**Albert Einstein, físico; " As idéias de Einstein " (1879-1958);
***Friedrich W. Nietzsche, filólogo e filósofo: "O anti Cristo" (1844-1900);
****Stephen Hawking, cosmólogo, O Grande Projeto (co-autor: Leonardo Mlodinow), pag. 132, ed. Nova Fronteiras Participações S.A.-2010.  

6 comentários:

  1. A profundidade deste artigo é imprecionante;povoado de arrojo e lucidez; a dúvida será sempre a raíz da natureza humana.Maravilhoso!

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  2. Para desenhar uma visão dessa deveria ser obrigado estudar a bíblia. No mínimo veria que o Deus bíblico não tem forma mas é ENERGIA PURA. Deus não se afasta da ciência porque Ele é a própria ciência a qual se investiga. Quando um cientista descobre algo ele apenas descobre um pouquinho de Deus ou um pouquinho da sua 'varinha mágica' que na verdade é ciência pura - física pura - biologia pura. Darwin nao descobriu nada que contradiz a bíblia. A criaçào bíblica todos teologos já sabem que é uma narracao poetizada de um fato. Isso significa metafora pura. O q nao deixa de ser verdadeiro. É apenas uma maneira simplificada de fazer um homem de uma determinada era compreender o mínimo possível. Com Darwin se descobriu uma possível decodificação dessa poesia. No entanto acreditar na interpretação dele tb é questao de fé. Afinal a tecnologia ainda nao comprovou essa evolucao das especies pois poderia muito bem testa-la em laboratório. Se nao foi testado e nem comprovado ainda precisamos de fé na teoria assim como alguns cristãos põe fé em acreditar tudo ao pé da letra.
    Leiam um pouco do livro de Leonardo Boff: O Cristo cósmico.

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  3. Para desenhar uma visão dessa deveria ser obrigado estudar a bíblia. No mínimo veria que o Deus bíblico não tem forma mas é ENERGIA PURA. Deus não se afasta da ciência porque Ele é a própria ciência a qual se investiga. Quando um cientista descobre algo ele apenas descobre um pouquinho de Deus ou um pouquinho da sua 'varinha mágica' que na verdade é ciência pura - física pura - biologia pura. Darwin nao descobriu nada que contradiz a bíblia. A criaçào bíblica todos teologos já sabem que é uma narracao poetizada de um fato. Isso significa metafora pura. O q nao deixa de ser verdadeiro. É apenas uma maneira simplificada de fazer um homem de uma determinada era compreender o mínimo possível. Com Darwin se descobriu uma possível decodificação dessa poesia. No entanto acreditar na interpretação dele tb é questao de fé. Afinal a tecnologia ainda nao comprovou essa evolucao das especies pois poderia muito bem testa-la em laboratório. Se nao foi testado e nem comprovado ainda precisamos de fé na teoria assim como alguns cristãos põe fé em acreditar tudo ao pé da letra.
    Leiam um pouco do livro de Leonardo Boff: O Cristo cósmico.

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  4. Obrigado, Joelson, pelo elogio ao artigo.

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  5. Adriane S. Estudar a bíblia é pura perda de tempo. Já a li duas vezes inteira. Aos 17 . ainda crédulo criacionista e aos 25, com uma visão crítica do que esse emaranhados de histórias e lendas mesopotâmicas e sumérias Quando você afirma "sobre Deus ser energia pura", eu pergunto: Pura em que sentido? A religião (ou seus Deus) não se afasta da ciência? Não apenas a nega! Biologia pura? O que vem a ser isso? A biologia era desconhecida antes de Darwin e ela destroçou todo envolvimento divino na criação. Teologos devem ser levados sério? Metáfora verdadeira não existe é pura superstição daqueles que teimam em enganar crentes que se dizem um pouco mais esclarecidos. Darwin e fé? Fé é acreditar no que não existe. Darwin mais do que ninguém no sec XIX, trabalhou com evidências que se contrapôe a todo dogma. O DNA comprova suas teorias e não deixa dúvidas sobre evolução. Até hoje em laboratório o homem criou moléculas e átomos, matéria e anti-matéria e avançou muito sobre o genoma humano.A clonagem prova que estramos a um passo de recriar a vida. Te aconselho: deixe mitos de lado e entre a fundo nos estudo científico. Você vai ficar maravilhada!

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  6. Não consegui corrigir os erros de digitação, mas acredito que a mensagem foi entendida!

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