Muito
se discute _ mais as claras na esquerda brasileira _a abrangência
ou não da luta de classes no Brasil. Como ela se dá e se manifesta
sem armas e longe (ainda) de uma guerra civil e num processo
revolucionário dentro desses novos parâmetros e limites. A divisão
chula entre "coxinhas" e "petralhas", analfabetos políticos e
politizados, reflete muito disso.
De
um lado um conjunto não homogênico que se diz sem líderes (um
engodo) se perde em um discurso moralista, se diz apartidária
(outro engodo), mas que atrai pessoas sem bandeiras definidas e o que
os une é um discurso anti-petista e anti-comunista e contra a
corrupção (terceiro engodo). Do outro lado a sociedade que se
assume mais politizada, que vai às ruas com suas entidades e
sindicatos e se identificam como de esquerda ou mesmo, socialista.
O
petismo com seus erros e acertos consegue aglutinar não só a
sociedade mais organizada e de esquerda no espectro político, como
também um povo mais compacto, nem por isso menos difuso, que luta por seus direitos e que tem
alguma consciência do que está em jogo, hoje, no Brasil. São aqueles que estão no plano de baixo da pirâmide social e sabe que Lula melhorou seu dia-a-dia.
A
discussão daqueles que , aparentemente _ no confronto Casa Grande X
Senzala _ estão do lado errado, revela o quanto o brasileiro se vê
e se enxerga na política. Frases como “ se eu estivesse lá também
roubaria” , uma versão mais tacanha da antiga “Maluf rouba, mas
faz” leva ao seguinte raciocínio: se Lula nasceu pobre e chegou
lá, ele evidentemente roubou.
Esse
raciocínio somado ao ódio desmedido contra o PT leva parte da
população pobre e setores da classe média à torcida pela prisão
de Lula, o herói dos manifestantes do outro lado do espectro
político.
A
grande mídia, que tem evidentemente o seu lado, não mexe um dedo
para esclarecer fatos, pelo contrário, embaralha e forja notícias. E as provas? Às favas com as provas. É a desinformação a serviço da manipulação . A manipulação
servida com a inocência de um pseudo-jornalismo investigativo, com o apoio de um Judiciário parcial e partidário. A
coisa só não é pior porque as entidades organizadas, os sindicatos, suas centrais e seus partidos políticos se contrapõem com pequenas
mídias alternativas.
Neste
confronto, muitas vezes perigoso, as urnas refletem qual o lado é
mais convincente no momento do voto. Isto, é claro, quando a Casa
Grande não o confisca.
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