sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Luta de Classes e as contradições na Política Brasileira


Muito se discute _ mais as claras na esquerda brasileira _a abrangência ou não da luta de classes no Brasil. Como ela se dá e se manifesta sem armas e longe (ainda) de uma guerra civil e num processo revolucionário dentro desses novos parâmetros e limites. A divisão chula entre "coxinhas" e "petralhas", analfabetos políticos e politizados, reflete muito disso.

De um lado um conjunto não homogênico que se diz sem líderes (um engodo) se perde em um discurso moralista, se diz apartidária (outro engodo), mas que atrai pessoas sem bandeiras definidas e o que os une é um discurso anti-petista e anti-comunista e contra a corrupção (terceiro engodo). Do outro lado a sociedade que se assume mais politizada, que vai às ruas com suas entidades e sindicatos e se identificam como de esquerda ou mesmo, socialista.

O petismo com seus erros e acertos consegue aglutinar não só a sociedade mais organizada e de esquerda no espectro político, como também um povo mais compacto, nem por isso menos difuso, que luta por seus direitos e que tem alguma consciência do que está em jogo, hoje, no Brasil. São aqueles que estão no plano de baixo da pirâmide social e sabe que Lula melhorou seu dia-a-dia. 

A discussão daqueles que , aparentemente _ no confronto Casa Grande X Senzala _ estão do lado errado, revela o quanto o brasileiro se vê e se enxerga na política. Frases como “ se eu estivesse lá também roubaria” , uma versão mais tacanha da antiga “Maluf rouba, mas faz” leva ao seguinte raciocínio: se Lula nasceu pobre e chegou lá, ele evidentemente roubou.

Esse raciocínio somado ao ódio desmedido contra o PT leva parte da população pobre e setores da classe média à torcida pela prisão de Lula, o herói dos manifestantes do outro lado do espectro político.

A grande mídia, que tem evidentemente o seu lado, não mexe um dedo para esclarecer fatos, pelo contrário, embaralha e forja notícias. E as provas? Às favas com as provas. É a desinformação a serviço da manipulação . A manipulação servida com a inocência de um pseudo-jornalismo investigativo, com o apoio de um Judiciário parcial e partidário. A coisa só não é pior porque as entidades organizadas, os sindicatos, suas centrais e seus partidos políticos se contrapõem com pequenas mídias alternativas.

Neste confronto, muitas vezes perigoso, as urnas refletem qual o lado é mais convincente no momento do voto. Isto, é claro, quando a Casa Grande não o confisca.  

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